quarta-feira, 16 de março de 2011

Rockaway Beach


Adversidades fazem parte, fazer o que. Aqui estou, em uma agradável temporada na praia. Na casa vizinha, uma música (ou era pra ser) terrivelmente desagradável soa, alto, muito alto, a ponto de eu tentar ler, e não conseguir, tentar escutar rádio, e não conseguir, tentar assistir televisão, e adivinhe? Também não conseguir.
Ir ver o mar? Não, o sol esta maravilhosamente bonito, porém são apenas 3 horas da tarde, e eu realmente não confio em sair no sol neste horário.
Também não sei o que fazer a respeito deste som desagradável vindo da casa vizinha. Som que, misturando chiados e gritos roucos sem o menor significado penetram de forma dolorosa meus tímpanos.
Bebo mais, fumo mais, e sucessivamente me incomodo mais. A saída que encontrei até agora foi escrever (na contra-capa de livro, porque com a correria da viagem acabei esquecendo de trazer cadernos, folhas... o que for).
Observo meu amigo, que tenta incansavelmente encontrar algum canal televisivo interessante, mas a sua busca me parece fracassada.
Não tentarei ler, nem assistir televisão, e muito menos ousar ligar o rádio.
Vou sair, fazer uma caminhada. E as recomendações de não sair no sol neste horário me parecem insignificantes, perto desta poluição sonora.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Não sei, só sei que é assim


Uma pessoa acorda. Não completamente, ainda sonolenta começa sua jornada do dia. Pensa em seus compromissos e pendências a resolver ao longo do dia, da semana, do mês, do ano, pelo resto de sua vida... Pensa na vida, como as coisas são engraçadas e ao mesmo tempo incompreensíveis. Pensa na morte, como tudo acontece de repente e como tudo isso pode terminar sem prévio aviso.
Desanima-se, por pensar em tantas coisas e não achar respostas para absolutamente nada. Volta a dormir. Quando se dá por conta do horário, levanta rapidamente, como se todos seus pensamentos passados não tivessem existido. Esquece sem esquecer. Esquece para no outro dia lembrar novamente.
Veste-se, faz rapidamente seu desjejum, e parte, para mais um dia de trabalho, de compromissos, de pendências, de tumulto, de caos, de estresse. Ah, rotina!
Quando retorna não consegue pensar em mais nada, pois seus pensamentos ainda estão ligados a acontecimentos do dia. E, mesmo em casa, por puro costume, repete as mesmas coisas, sem mudar nada, sem nem cogitar a hipótese de mudar algo mutável.
Deita-se, e os pensamentos atordoados tomam conta novamente. A pessoa lembra de fatos quase que esquecidos no labirinto que envolve e encobre as memórias. Só por lembrar, por refletir, sem conclusões, talvez uma forma de ocupar mal o resto de tempo que ainda lhe sobra.
A pessoa esta vazia, sem ter o que fazer, sem conseguir dormir. Não sei se é feliz, isso foi apenas o que me contaram um dia, talvez um relato pessoal, talvez um conto qualquer. Uma história sem nexo? Nem tanto, suponho que seja uma daquelas histórias de que não podemos nos basear a fim de não temermos a morte e de sermos felizes no tempo que ainda nos resta de vida.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Black Coffee

Fazemos de conta que não estou a três dias sem dormir, que não estou com dores no corpo e que também não estou cansada da minha cara, revelando uma expressão que aparenta eu ter dez anos a mais que minha idade verdadeira.
Ainda estou acordada pelo café. Ah, o que seria da minha humilde vida sem o café!? Já é tarde, e eu gostaria de dormir, aliás, hoje eu posso dormir, não tenho mais nada a fazer e nenhum lugar a ir. Mas simplismente não durmo. E o que eu faço? Sirvo-me de mais uma agradável xícara de café. Sinto que dessa vez coloquei açúcar demais, e isso realmente não me agrada. Mas sigo tomando-o.
Antigamente eu podia tomar café sem açúcar,(e sem qualquer tipo de adoçante, corante, fertilizante{?} qualquer)café puro, forte, natural, puríssimo, eu diria. Como uma planta recém retirada de um jardim.
Porém, mais tarde, na medida que começavam a aparecer alguns problemas de saúde, pra não ter que eliminar o café da minha vida(algo que pra mim seria algo quase inatingível), tentei ir acrescentando açúcar à minha vida, ou melhor, ao meu café.
Me acostumei. Mas não me conformo, neste café, exagerei no açúcar e isso ainda não me agrada. Isso me fez lembrar uma música: Black Coffee. Do Black Flag.
Não dormirei. Sabe por que? Bem, eu não sei responder. Apenas não sinto vontade. E agora acabo de lembrar que o tempo que antes existia pra eu poder viajar em um mundo repleto de sonhos,ou pesadelos-se eu tiver menos sorte-já não existe mais.
Acabo de lembrar-me também que comprei um belo livro ontem, e preciso termina-lo hoje, ou melhor, agora.
Portanto troco as viajens de um belo sonho(correndo ainda o risco de serem horríveis acontecimentos de um pesadelo), por uma viagem melhor, uma viagem real mesmo sendo fictícia. Por que não? Se até a vida por mais real que seja muitas vezes nos parece com ficção.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Pequenas igrejas, grandes negócios


Depois de uma noite difícil de insônia me encontro aqui, pela manhã, pensando, com sono. Como se estivesse de ressaca ou algo do gênero. Escolho um livro para começar a ler, acho que o começo de um livro é sempre interessante.
Não procuro sair do meu quarto, porque hoje, quando saio, a sensação é de estou em um hospício, completo de pessoas com problemas mentais prontas a atacar-me da maneira mais cruel possível. A diferença é que essas pessoas a quais me refiro não possuem problemas mentais, só aparentam possui-los.
Caos. Completo caos.
Estava agora lendo em uma revista (já deixei o livro de lado...), uma matéria sobre católicos, gregos ortodoxos e armênios ortodoxos que pretendem reformar uma igreja, local onde teria nascido Jesus(?).
A Igreja da Natividade, fica em Belém -território palestino em Israel- e foi construída em 327 d.C. Fiéis e simpatizantes sempre se mostraram dispostos a ajudar a igreja, e segundo o representante da Custódia da Terra Santa no Brasil, o frei Ivo Muller: "Através dos séculos, relatos confirmam que aquele é o lugar original do nascimento de Jesus Cristo."
Se este foi realmente o lugar onde, supostamente, Jesus teria nascido, por que a igreja foi construída 327 anos depois? E por que essas pessoas que se dizem "fiéis" demoraram tanto tempo assim para lembrar da existência da igreja e ainda querer uma rápida reforma? Enfim, essas coisas não foram feitas para se entender...

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Pessoas vazias


Estranho pensar em como as coisas começam e terminam de uma forma inexplicável. De como o tempo passa, rápido, e leva coisas do nosso alcance, coisas essas que nunca pensamos em perder, depois de ter pensado em nunca as possuir.
Nos impressionamos com pessoas que antes não haviam nos despertado a atenção, e nos decepcionamos com outras que costumavam ser nosso foco principal.
Às vezes me pego analisando as pessoas, talvez por vontade de conseguir me relacionar com elas. Mas na maioria das vezes desisto, simplesmente sinto que elas não servem pra mim, e vice-versa.
Esse assunto transpareceu hoje em mim por o simples fato de ter encontrado uma velha amiga. Velha amiga mesmo. De uns tempos legais, tempos em que ligávamos pra pouquíssimas coisas e divertia-mos com tudo e todos. Uma amizade bonita, e como pensávamos, duradoura. Porém, como todos sabem, a vida não é bem assim...
Suponho que o jeito seja aproveitar ao máximo as pessoas(existe uma certa diferença entre "aproveitar" e "se aproveitar"). Usufruir do que elas tem de bom, sem levar tão em conta assim os defeitos. Um dia tu irás se decepcionar com ela mesmo, então, por que não levar algo bom disso tudo?

Bye Bye Baby - Joey Ramone.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

The answer is blowin' in the wind...


Chego no bar, o bar de sempre. Peço um café, forte. Dessa vez o que muda não é o bar, mas sim o pedido. Talvez por ser oito horas da manhã.
Sexta-feira; Manhã chuvosa, manhã incerta.
Acaba de chegar meu café. Acendo um cigarro. O moço do bar me nota e percebe que estou escrevendo, pergunta-me se desejo que ele acenda as luzes, digo-o que sim e agradeço.
Analiso, no entanto, não há tantas coisas para se analisar. Percebo um velho homem sentado em uma mesa perto da minha, demonstrando em sua expressão insegurança e incerteza dos diversificados fatos do cotidiano. Uma mulher chega ao bar, e senta-se, o acompanhando, mas o olhar indiferente do homem faz com que demonstre que não a conhece, ou faz-se de despreocupado. Os dois saem juntos.
Agora resta comigo meu café, meu cigarro, e eu, ainda observando cada movimento(mesmo que não haja tantos para observar).
Na rua os carros passam, barulhentos e apressados;
Nas calçadas as pessoas...ah, as pessoas... com seus guarda-chuvas e suas faces insatisfeitas por mais um dia... Rotina impiedosa.
Termino de tomar meu café, e vou embora, para onde eu não sei, apenas saio. Talvez para um lugar aonde haja mais o que observar que não seja um velho homem que nem ao menos sei se sabe a sua identidade.
Enfim, talvez a mulher o conte que é sua esposa, e ele acabe por descobrir, esquecendo outra vez com o porre do amanhã, e a vida continua, sem cessar, ela nunca cansa, quem cansa somos nós...

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Palavras, café, cigarros e Bellotto.


Depois de muito café, depois de muitos cigarros, e também depois de muita leitura sobre diversificados temas, concluo que estou cheia de informações, em um grau efusivo de loucura(se é que isso existe). Eu estava lendo como se o mundo fosse terminar em cinco segundos, ou como se fosse acontecer uma catástrofe que levaria todos os livros e palavras do meu alcance.
Minhas mandíbulas estão doendo. Porque leio falando, e repito, repito muitas vezes quando me interessa ou quando desejo compreender melhor o que acabei de ler. Acabei de ler textos do Tony Bellotto, que escreve muito bem, por sinal, assim como toca guitarra(talvez eu seja suspeita para falar). Gosto do jeito que ele escreve e isso me chama a atenção, sempre, querendo descobrir como acabarão seus textos; pensando em diversificados finais, mas quase sempre me surpreendendo com um que nem ao menos me passou pela cabeça.
Enfim, leio, penso, repito o que li, falo sobre o assunto com meus amigos(mesmo que eles não estejam interessados em me escutar), ou simplesmente escrevo, como estou fazendo agora, sem rascunho algum, apenas escrevendo as loucuras que passam pela minha cabeça neste momento. Escrever é ótimo, algum dia espero especializar-me melhor no ato de escrever. Obviamente e visivelmente ainda tenho muito o que aprender.

Leia, pense, conclua, debata. Faz bem.
Tome café, e não fume(cigarro). Serei hipócrita na questão do cigarro, mesmo.


03:14 de uma madrugada de quarta-feira, bastante agradável.