terça-feira, 30 de março de 2010

Fomos destinados a fingir

Estou me sentindo forte e vivo, no auge da minha vida
Vamos fazer um som, ganhar uma grana, escolher algumas modelos pra casar
Vou me mudar para Paris, injetar heroína e foder com as estrelas
Você é o encarregado pela ilha, a cocaína e os carros elegantes

É uma decisão nossa de viver rápido e morrer jovem
Nós tivemos a visão de mundo, agora vamos nos divertir um pouco
Tudo bem, é impressionante, mas o que mais poderíamos fazer?
Arrumar empregos em escritórios e acordar de manhã para viajar à trabalho?

Esqueça nossas mães e nossos amigos
Nós fomos destinados a fingir

Vou sentir saudades das brincadeiras, dos animais e de cavar procurando minhocas
Vou sentir saudades do conforto de minha mãe e do peso do mundo
Vou sentir saudades da minha irmã, do meu pai, do meu cachorro e da minha casa
É, vou sentir saudades da chatisse, da liberdade, e do tempo passado sozinho

Mas não há nada que possamos fazer
O amor deve ser esquecido, a vida sempre pode recomeçar
As modelos terão filhos e nós nos divorciaremos
Encontraremos outras modelos, a vida deve seguir o seu curso

Nos afogaremos no nosso vômito e esse será o fim
Nosso destino é fingir

Solidão é castigo

Vida como qualquer outra.
Rotina impiedosa, saudade assustadora, tédio arrebatador.
Vida quase que por acaso, destino incerto.
Não tenho como confiar em tal coisa...
Procurando dedicamente meu passado,
momentos quase que perfeitos, sem pressa de passar,
porém os encontrando somente na imagem que satura a minha própria e terrivel solidão.
Vida sem gosto, luto sem morto.
Tristeza com motivo. Solidão é castigo.